Lake Placid Blue Nitrocelulose Relic

Que Relic é a onda do momento todo mundo sabe, ainda há quem resista mas uma hora acaba se entregando. Na verdade a moda é velha, e não é de agora, tanta é a vontade de ter um instrumento relicado que muitos músicos em suas próprias residências resolvem fazê-lo, e pasmem, acaba fazendo besteira. Sempre!

Esse aqui é um grande exemplo quando alguém sem experiência tenta fazer um relic em casa, havia buracos em quase todo o instrumento, além de muitas marcas de lixas, tudo muito grosseiro, um absurdo!

Parece realmente que usaram um esmeril pra chegar na madeira, somente lixa não foi, havia bastante buracos, o que na hora me preocupou pois acertar tudo no lixamento iria desnivelar totalmente o corpo do instrumento, para o projeto do relic, colocar algum tipo de massa não seria bacana, por vários motivos.

O corpo foi lixado no limite, até onde consegui sem desnivelar ou lixar demais a ponto de criar alguma deformidade, porém o buraco maior que foi na curva, que deve ser sempre suavemente abaulada, teve que ser preenchido por uma massa, do contrário mesmo que lixasse para nivelar, ficaria reto e muito fino, outro detalhe é que a guitarra é toda de compensado exceto pela folha de maple que vem por cima e isso dificulta muito até no lixamento, fica sempre irregular e requer técnica até nisso!

Depois de todo o processo de pintura o resultado é esse. Nunca é só uma pintura, o Jeff, dono da guitarra foi acompanhando todo o processo desde o começo, além de mandar fotos fui explicando cada detalhe e ele entendeu muito bem, chegou a dize que achava que era só colocar tinta no compressor e aplicar, mas não, até chegar neste resultado foi preciso muita coisa. É uma restauração completa do corpo, uma pintura nova toda em nitrocelulose e depois o relic, imagina o trampo!

Click nas fotos acima e veja ampliada com maiores detalhes.
Independente da madeira compensada ou não, o resultado ficou fantástico. Vale destacar que muitos Luthiers nem pegam esse tipo de corpo pra trabalhar justamente por ser um pouco mais difícil, no caso aqui, foi no extremo, um corpo a ponto de ir pro lixo foi resturado e feito um relic em nitro perfeito, e abaixo você acompanha todo o processo em video lá no canal, aproveite e se inscreva pra receber sempre em primeira mão os videos aqui postados.


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Relic na Fender Brasileira

Fender Southern Cross dispensa apresentações, é uma guitarra que tem bastante história, já contada por aqui algumas vezes, em resumo é a Fender que foi fabricada aqui no Brasil pela Giannini nos anos 90, eu particularmente gosto muito dessas guitarras, o cedro da época era dos melhores! Hoje quero compartilhar uma bem especial que passou por aqui ano passado. Ah! me dei conta que este é o primeiro post do ano, ainda meio que atrasado, espero de coração que esse ano seja bom para todos nós. Agora vamos ao que interessa.

Instrumentos além de tudo são objetos que contam histórias, ter uma Fender Brasileira é um tesão a parte e o mais legal que são excelentes instrumentos, quem já tocou sabe! Essa aí da foto chegou assim, um vermelho com um toque candy, bem bonito porém com algumas lascas da idade e que já estava pedindo por um novo acabamento, optamos então pelo relic em Olympic White.

A Fender Brasileira tem alguns detalhes que são bem legais, o braço em marfim é mais fino do que qualquer Fender gringa, ele é levemente shapeado num Soft V e é muito mas muito confortável mesmo, o head mais pequeno também é um charme, os trates são bem finos e o raio da escala em 9″.

É sempre um grande desafio encarar esses instrumentos que tem esse acabamento assim, grosseiro; por sorte havia alguns pontos já trincados e facilitou bastante na hora de descascar, literalmente! A pintura grossa e já antiga fica bem seca e até quebradiça porém isso varia de época, material e da mão do pintor na fábrica. Na foto se vê o fundo poliéster, um primer, uma base prata, o vermelho e o verniz final. Sem exagero, é mais ou menos 100 gramas de pintura.

Depois de muita lixa o resultado é esse, madeira crua e selada. Para uma pintura de qualidade o lixamento é a parte mais importante.

O acabamento escolhido foi o Olympic White, bem natural, com os mínimos detalhes tudo bem pensado e no lugar, executado com total precisão, relic não é fácil, exige experiência e diversas técnicas; técnicas essas que desenvolvi ao longo de anos trabalhando com pinturas diversas. É preciso entender cada demão, cada camada de tinta e verniz pra ter o acabamento perfeito. Pra complementar, ainda mais, a obra de arte contou com as melhores peças possíveis, tudo novo, quase tudo fender, ponte, plate, bigblock, holdana, tarraxas com trava, rebaixadores de corda, tudo; o escudo ficou por conta da Customy com os excelentes Big Dipper, coisa fina.

Depois de muito tempo de espera, eis o resultado, cada vez melhor, o relic é isso, estudar e aprender e fazer cada vez mais o melhor acabamento possível dentro da proposta do cliente, neste caso por livre e espontânea vontade, é ótimo quando a pessoa confia no meu gosto na execução final do relic!

Fotos de alguns detalhes, tudo feito em nitrocelulose, desgaste natural, bem orgânico mesmo. E se tem foto, tem video de todo o processo!

Quer um relic de qualidade, fino e bem feito, manda uma mensagem (21) 966410319, atendimento somente whatsapp.

Pintura Nitrocelulose Lake Placid Blue

Fender Mex Stratocaster

Nitrocelulose, pintura que ainda assusta a maioria das pessoas, bastante requisitada mais pouca gente faz, pouca mesmo, pelo fato de ser uma pintura bem chata de trabalhar, detalhes esses que eu vivo falando em outras postagens, tanto aqui quanto no instagram ou no canal do Youtube. Em resumo, o oposto do PU (poliuretano). Um dos principais detalhes do nitro é que com o tempo vai amarelar, com o tempo vai marcar, manchar, trancar, descascar e etc. Essa Fender do Arthur chegou assim. A cor é essa mesma, a foto não tem nenhuma edição, é um mix de Olympic com Vintage White e um tantinho de creme, alguns tons rosados, meio café com leite; é acho que café com leite seria a cor definitiva como referência pra ela. Sem contar as manchas ali na parte onde apoiamos o braço. Tudo isso devido ao acabamento usado na fabrica, isso é o nitro.

O que pra alguns é um charme, pra outros não tanto, há os preferem o relic por exemplo, e os que preferem o instrumento impecavelmente novo. Sobre os desgastes naturais do nitro, nem todos ficam bacana, o que foi o caso dessa Fender Mex.
Equipara com captadores Noiseless, um carrinho da ponte com o parafuso espanado, oxidação para todos os cantos e totalmente desregulada.

O lixamento é uma etapa que eu costumo descartar na hora de registrar, principalmente por ser algo que já falei muito aqui e por ter todo o processo nos vídeos, mas aproveito para ressaltar alguns detalhes e curiosidades que ainda percorrem por aí. O corpo das Fender Mex são bloco de alder ora aleatórios ou seja, que não são do mesmo corte, e depois da colagem das peças é revestida por uma folha de maple, apenas para disfarçar as emendas e dar um acabamento mais firme e bonito. Mas isso é ruim ? Não! as peças são bem coladas e bem selecionadas, madeira boa independente do corte, na foto acima são 6 peças mais a folha de maple, é um lego bonito. Então nada de achar que toda Fender é peça única.
Outro detalhe que gosto de ressaltar é que, toda pintura feita aqui recebe a blindagem com a tinta condutiva, neste caso o dono optou por manter a folha de cobre feito anteriormente por alguém, então o que fiz foi cobrir com fita durante a pintura.

Para qualquer pintura o corpo sempre é lixado completamente.

Na sequência do lixamento se aplica a seladora somente, em outros casos o fundo PU ou o Primer, que é o menos usado por mim, para cada caso um fundo diferente; neste aqui, em nitro, a ideia é sempre ter um acabamento mais fino, por isso a seladora. O Lake Placid Blue é uma pintura em poliéster finalizada com verniz. Normalmente o nitro é uma pintura que não tem polimento, por isso precisa ser bem aplicado evitando o aspecto casca de laranja, assim como o poliéster. Tudo bem fino.

Nessa aqui eu resolvi fazer o polimento, é um polimento um pouco mais complicado por o nitro é bem delicado e precisa estar bem seco, é um processo mais demorado em tudo, mas o resultado é sempre surpreendente!

E como não poderia deixar de faltar, tem vídeo de todo o processo!

Curtam, comentem, se inscrevam e se quiserem um orçamento ou até mesmo trocar uma ideia, só chegar (21) 966410319

Mega Customização Tagima Woodstock TW61

Tagima nos últimos anos vem apostando firme em seus instrumentos, sejam guitarras, baixos, e até violões, modelos um tanto inovadores como a Rocker Cosmos, Mirach, Jet Blues e Stella (citando apenas guitarras), são diferentes tanto nos seus visuais, quanto na sonoridade, como por exemplo essa Woodstock TW61 que é uma Jazzmaster bem interessante, com dois captadores p90, um volume, um tone, a chave de 3 posições e o grande barato que é o Varitone! Para quem não sabe o Varitone é um potênciometro onde são colocados vários capacitores onde mudando a posição do knob se atinge diferentes sonoridades, alguns mais graves, outros mais agudos, mais anasalados, mais abafados, além das posições dos captadores e o tone, tudo pra transformar em uma guitarra bem versátil.

Bonita, sofisticada, bem construída mas precisava de um toque a mais para ficar ainda mais matadora, é possível ? É! O Davi, dono da guitarra me veio com a ideia de mudar a pintura e trocar o escudo, que infelizmente não rolou pois o escudo da Jazzmaster padrão Fender é bem difícil de achar, e principalmente porque teria que trocar o varitone e colocar o knob tipo rolamento, ou seja, bastante complicação que não valeria o investimento. Além disso o corte no headstock pra deixar próximo ao padrão Fender.

Muita, mas muita gente mesmo já me procurou perguntando sobre isso, se é possível essa modificação, todo mundo de fato gosta ou acostumou com esse padrão Fender e o que vem depois nunca é tão bem vindo, cortar o Headstock pra parecer uma grande marca é um trabalho meio antiético, assim como colocar o logo de outra marca, isso pode gerar confusão das grandes, porém como o caso aqui é visível não ser ou nem chegar nas medidas de um Fender, apenas pra ter um visual mais soft, menos bruto, é um lance que não dá pra explicar, mas não desce rs. Algumas com o “bighead” estilo 70, exemplo as Memphis ou as Tagimas com bico de papagaio, essas sim conseguimos deixar no padrão Fender, e essas mais atuais não tem como modificar mesmo, exemplo na foto acima utilizando o headstock de uma própria Fender como gabarito, risquei em um papel e pus por cima, mesmo assim o dono pediu para fazer o corte. Ficou bom?

O resultado final foi esse. Branco Sparkle holográfico, é uma cor bem comum de dia, mas à noite com algumas luzes e o reflexo de um bom verniz liso e polido, fica um espetáculo. Algumas partículas no flake se misturam e dão esse efeito holográfico, alguns verdes, outros azuis, e até alguns tons rosados, tudo isso dentro de um branco. Existe todo uma técnica pra se obter um resultado perfeito, desde o tipo de branco aplicado como base até a quantidade de flakes, o resultado final é arrebatador. Peço que vejam as fotos abaixo com alguns ângulos e mais detalhes, fiz as fotos à noite com o auxílio de uma fonte de luz externa podendo assim mostrar os diversos ângulos, fiquem à vontade para apreciar.

Além de todo o trabalho de pintura e customização, foi instalado captadores Fender Jazzmaster onde além de ter que abrir mais as cavidades do corpo, também foi aberto no escudo, a regulagem final com encordoamento .010.

Comenta aí oque achou.

G&L Telecaster Asat Classic Olympic White Relic

G&L é uma empresa americana de fabricação de guitarras fundada por Leo Fender e George Fullerton em 1979, criada depois que a Fender foi vendida para CBS, em 1965. Nesse meio tempo trabalhou na fabrica da Ernie Ball prestando consultoria na construção das Music Man e após pequenas discordâncias de qualidade resolveu abrir a G&L incialmente sem nenhuma preocupação de produzir em grande escala, apenas focando na qualidade absoluta. Em nota escreveu: “As guitarras e baixos G&L são os melhores instrumentos que já fiz.” – Leo Fender.

Em mãos pude constatar que é sem dúvidas a guitarra mais bem construída que já peguei, a Asat Classic é considerada uma das melhores. O corpo em uma linda e bem selecionada peça de Ash bem robusta e de peso moderado, o braço em maple onde a escala tinha uma junção que parecia uma peça única, tudo muito lindo, capricho total…Mas ia ficar mais linda

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Um problema que sempre rola nesse instrumento com esse de madeiramento em Ash é que como os poros são bem fundos, pra você ter um pintura ou um verniz liso e nivelado você precisa aplicar muitas e muitas camadas pra isso, e é sempre uma coisa muito grosseira, mesmo que bonito no resultado final, nesse caso é uma espécie de resina que também é usado nos principais instrumentos chineses de entrada, não é ruim; só para mim que tenho que remover na lixa. Depois de MUITA lixa o resultado é esse: limpo, bonito e sedoso pronto para as próximas etapas.

Mesmo que pintura seja para o relic há de ser uma boa pintura igual a uma original feita nos anos de ouro de muitas marcas, tudo em nitroclulose. Nas fotos acima seguindo a sequência; seladora, laca branca e verniz nitro, é de se perceber na última foto um leve amarelado principalmente nas bordas, isso devido o verniz que na sua composição ja é amarelado e com a quantidade de demãos ele escurece ou inevitavelmente com o tempo, estrategicamente eu já aplico o suficiente para poder trabalhar a tonalidade do Olympic White junto do relic. É todo um processo desde uma boa secagem até os desgastes usando ferramentas certas, o resultado, sinceramente, fantástico.

Nesse tipo de trabalho mostrar os detalhes em fotos é sempre bem difícil, e tem coisas que não dá pra só com foto, pra isso fiz um vídeos mostrando e explicando o porquê de cada coisas e como fazer um relic perfeito. Já de antemão gostaria que você caro leitor fã ou não de relic, se inscrevesse lá no canal, sempre com muito conteúdo bacana, sugestões de acabamentos serão bem vindos, e se quiser fazer um orçamento só clicar aqui.

Olympic White Relic na Fender Mex

Um dos trabalhos que mais gosto de fazer é sem dúvidas a restauração, foi o que mais fiz ao longo desses 11 anos, porém, sempre bom poder expandir os conceitos, o Relic é um deles, para quem não sabe a Fender tem uma setor somente voltado ao Relic, que consiste em produzir instrumentos com características envelhecidas e isso não é para qualquer um! Essas guitarras feitas pelos Masterbuilders da Fender valem verdadeiras fortunas, numa rápida pesquisa por nomes como John Cruz, que hoje já não está mais na Fender, Vincent Van, Dale Wilson, Mark Kendrick, encontramos exemplos do que é o Relic, porém o trabalho é bem mais difícil do que parece, porque é preciso fazer uma pintura totalmente nova para depois desgastar; essa é a palavra certa, desgaste, precisa ser o mais natural possível.

A guitarra chegou assim, bem bonita, com um vermelho poliéster com um leve toque metalizado e com bastante marca de uso, alguns cantos descascados, apesar de seu verniz grosso e com alguns retoques com algo que parecia ser esmalte de unha.

Em uma das partes havia um trincado bem grande onde houve uma preocupação imediata em ser somente a camada da pintura ou se afetava a madeira, e fora os detalhes de um relic natural de uma guitarra dos anos 90.

Todos os detalhes datando Maio de 1994. O escudo já havia passado por algum Luthier que fez uma blindagem, os captadores, a elétrica tudo ok, o lance mesmo era só a pintura, mas é sempre bom checar qualquer coisa antes, como na foto acima, Check ✔

Uma das coisas mais legais de fazer é o lixamento, parte fundamental para uma boa pintura. Sinceramente eu gosto, é quase como uma terapia pois exige bastante paciência para deixar o corpo nesse estado, limpo e sedoso ao toque, é preciso sim uma certa técnica para o lixamento, mas o resultado é espetacular.

Depois do corpo totalmente lixado e sem marca alguma de lixa entra a seladora, aplicada com a pistola fica sempre bem fina, e depois mais algumas demãos da laca nitrocelulose, branco puro, agora é só deixar secar ! Detalhe que a cavidade dos captadores são cobertas com fita mantendo assim a blindagem feita anteriormente.

. Depois de seco a laca fica bem firme e agora é só fazer o relic montar e regular, tomando sempre todos os cuidados para não ficar artificial demais e sempre nos pontos certos de desgaste. Dessa vez não utilizei verniz, por isso o branco mais aberto, o verniz dá o tom mais amarelado.

O relic dessa vez foi bem mais soft, bem classudo. O legal do nitro é que ele praticamente não para de secar e cada vez mais afina, ficando uma casquinha bem fina, em alguns casos é possível tirar até com a unha! Com o tempo vai ficar ainda mais lindo. E você, curtiu? No canal do Youtube eu fiz um video bem legal mostrando todo o seu processo, aproveita e se inscreva lá e ative as notificações!

Relic Olympic White over Sunburst (nitrocelulose)

No mundo das guitarras sempre se pagou fortunas em instrumentos vintage, quanto mais raros e mais antigos, mais caros, alguns modelos nem tem uma tocabilidade tão boa, porém o que o faz ser “hype” é o estilo, aquela pegada de coisa velha mesmo. Alguns realmente vão pelo som, a melhor maneira de soar antigo é utilizando instrumentos da época. Como Luthier tive o privilégio de tocar em muitos desses instrumentos antigos e sacar qual é o barato; a começar pelos captadores, com o tempo vão desmagnetizando e fica um bom apagado, fraquinho mesmo, incrivelmente isso dá um som legal, afinal são tudo timbres, o que não pode é sempre querer seguir o que está em alta, assim todo mundo soa igual, identidade é tudo!

Falando em identidade, todo mundo quer sim ter um instrumento único, digo isso porque sei que para o músico, o instrumento às vezes se uma extensão do nosso corpo, acompanhando a gente a vida inteira, seja na estrada ou em casa mesmo. E nessa de ter algo único o André de Castro resolveu customizar ainda mais a sua guitarra, deixando a bem maneira, não, não estou falando desse vermelho, que também ficou bem legal, mas resolveu ousar um tanto mais.

A guitarra foi a sua primeira, e ao longo dos anos sofreu bastante e apesar da sua pintura grossa, levou pancadas que nem a madeira aguentou, antes de qualquer pintura essa reparo precisou ser feito.

O mais difícil desses instrumentos produzidos na china são as camadas bem grossas e sólidas, hoje em dia eu já sei de cor,o instrumento a marca e o material que se utiliza, se é mais fácil ou mais difícil de remover, a Squier dessa série só com soprador térmico ou na mão mesmo, haja lixa e paciência.

Com bastante esforço e querer a gente consegue deixar o corpo assim, sem um risco de lixa, a madeira sedosa e pronta para receber as camadas de tinta e verniz. É legal sempre que se lixa um instrumento ver como é a sua preparação por baixo da pintura, como é feito na fábrica, e o que de fato eles entregam, pois é muito fácil ter um compilado de madeiras quaisquer com uma pintura bonita por cima. Nesse caso da Squier é o mesmo padrão de sempre, as peças de basswood e uma folha de madeira por cima pra esconder as emendas. Já me questionei muito sobre ser totalmente desnecessário pois estaria com uma cor sólida por cima, diferente se fosse um sunburst ou um translúcido, porém essa folha também ajuda a segurar as colagens das emendas do corpo; muito se vê por aí instrumentos que com o tempo aparecem as emendas mesmo com a tinta por cima.

Algumas fotos da sequência do meu sunburst, da forma como eu faço e que acho muito mais simples tendo controle de tudo. O verniz tingido de amarelo ou stain direito no corpo deixa a profundidade do acabamento muito mais bonito, depois o vermelho sendo o verniz também tingido e depois o preto, único que não é verniz, e pra finalizar mais verniz por cima de tudo. Lembrando, todo o acabamento é em nitro, coisa finíssima!

O nitro é sem dúvidas (para mim) o acabamento mais bonito que tem, porém tem alguns prós e contras que já sabemos; as cores elas fecham com o tempo, dando aquela amarelada e fica sempre um charme, o relic natural é inevitável, pois até com a variação de temperatura acontece dele trincar, é um acabamento mais frágil sem tanto brilho, mas é sempre a melhor escolha pois é um acabamento fino e tende a ficar mais fino com o tempo, o nitro por ter a sua secagem por evaporação ele tá sempre secando.


Depois de toda a secagem do sunburst foi aplicado uma laca nitro branca por cima e na sequência o verniz, que é o que faz o amarelamento, esse processo ocorre com os anos, mas eu estudei bastante pra conseguir acelerar esse processo, e reproduzir o acabamento mais próximo de uma verdadeira guitarra vintage, sem exageros, sem parecer artificial; verniz trincado, amarelado com algumas partes de maior atrito em branco desgastando a área do verniz deixando somente a laca e por baixo o sunburst, tem toda uma técnica e o relic não é tão simples como parece, mas nessa arte eu domino. E como não poderia faltar, tem video de todo o processo abaixo. Curta lá, se inscreve e compartilhe com a galera que é fã dos relics.

Tagima Telecaster T505 direto de Goiás.

Olá meus caros, os trabalhos estão voltando a todo o vapor! cada vez mais estudando para fazer o melhor acabamento possível para vocês e o resultado desse esforço somado a toda dedicação é isso aqui, receber cada vez mais clientes de outros estados, o post passado foi Brasília e agora Goiás, pertinho um do outro.

A guitarra chegou assim, nesse mesmo estado da foto, o Junio Lima, dono da guitarra e muito gente boa mesmo, lixou a guitarra na frente e atrás, adiantou bastante o trabalho, mas não por isso, ele é gente boa mesmo! Além do lixamento enviou junto todas as peças novas, um captador Malagoli para o braço, um escudo novo com a nova configuração para o humbucker e uma elétrica nova customizada com duas chaves para splitar os captadores, ou seja o cancelamento da bobina interna do humbucker do braço e uma da ponte que apesar de single, tinha 4 fios e foi possível fazer essa modificação deixando o som mais defasado.

A primeira coisa a ser feita foi abrir a nova cavidade do captador para encaixar no corpo da guitarra, usei o escudo que veio junto da guitarra para marcar a nova cavidade e abri com a tupia manual, trabalho bem simples de se fazer.

Próximo passo é o trabalho que mais faço aqui, o lixamento, como sempre costumo dizer, 80% de uma boa pintura é feita no lixamento, desde o lixamento do preparo da madeira, a selagem do corpo e o lixamento para o polimento, quase tudo é lixa os outros 20% é a aplicação com a pistola de pintura e compressor e as boinas de polimento.
Há toda uma técnica de lixamento que eu sempre estou explicando nos posts e principalmente nos meus vídeos, essa parte é de extrema importância pois se lixado com lixas grossas ficam marcas no resultado final, então depois de todas as lixam o corpo fica assim, limpinho e sedoso pronto para as outras etapas.

Depois de toda a pintura feita o resultado foi esse acima, gosto de utilizar uma técnica de tingimento de stain amarelo no corpo antes da pintura com o vermelho e preto no sunburst porque faz toda a diferença no acabamento, fica mais vívido, além também todo o degrade suave entre as cores que compõe o bust, e como aqui não é só foto bonita, tem vídeo de todo o processo também, curte aí !

N Zaganin direto de Brasília

Ao longo desses mais de 10 anos como Luthier tive a oportunidade de conhecer clientes de outros estados e e ter o prazer de trabalhar em seus instrumentos, hoje na lista contam; Minas, Rio grande do Sul, Rio Grande do Norte, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Brasília e mais alguns outros que eu talvez não me lembre agora, além também de algumas cidades do interior do Rj. Anos atrás eu jamais imaginaria que isso poderia acontecer. Com toda humildade que me cabe gosto de exaltar essas pequenas/grandes conquistas, são importantes para mim. Isto é resultado de muito empenho e trabalho.

Chegou assim, muito bem embalada enviada pela DHL, normalmente recebo pelo PAC, SEDEX e Jadlog, essa foi a primeira vez e confesso ter ficado admirado com o capricho no qual enviaram sem contar a rapidez. Em uma primeira impressão podemos notar que é uma guitarra muito bem construída, que apesar de ter alguns anos ainda permanecia em um bom estado.

Após a desmontagem da guitarra a primeira coisa a ser feita é analisar a pintura, o tipo de acabamento, tinta e verniz, pelo que conheço os instrumentos Zagannin dessa época, tinham um acabamento bem parecido com o meu, nesse caso a madeira com stain e verniz por cima, são várias camadas lixando entre elas até atingir uma camada única e bem firme, principalmente por conta das madeiras, é uma seleção diferente, são instrumentos únicos que só quem já pegou mais de 300 instrumentos e dissecou-os consegue perceber.

a começar pelo top em flamed maple, que na maioria dos instrumentos são uma folha de madeira revestida e feito o acabamento à partir dela, inclusive as centenas de Fender que já peguei são assim, 3 a 5 peças com uma folha de maple e pintadas, disfarça muito bem, só quem pega pra lixar que descobre. Eu sempre mostro ao dono do instrumento e isso já gerou algumas decepções, pois teve cliente que achava que era peça única em alder.
Na foto acima percebe-se que é um top bem grosso, o rebaixo feito para o conforto onde apoia-se o braço tem essa peça em maple dobrada por cima do cedro, coisa fina mesmo, bem projetado e executado com capricho. A peça de maple sobre o cedro dá uma realçada nos timbres, o cedro geralmente tem uma sonoridade mais pro médio, com o maple puxa um pouco os agudos também.

Nas imagens acima mostra um pouco do quanto de verniz foi removido apenas com o formão e removedor de tinta, só que não foi suficiente, tive que usar um soprador térmico, o que não é recomendado para essa guitarra, pois pode descolar o top, mas com muito cuidado tive de usar, tinha muito verniz mesmo. Depois de tudo a parte mais chata o lixamento do maple pra remover todo os resíduos do verniz e do stain roxo, ambos aplicados diretamente na madeira. O maple é uma madeira bem dura e bem difícil de trabalhar até no lixamento com a roto orbital com granulações das mais grossas até as mais finas ainda ficou levemente a pigmentação no top, mas removi o suficiente pra conseguir tingir o azul.

Aproveitando a grossura do top, tive a ideia de tingir somente a frente e usar parte da lateral como um friso falso feito em madeira, a parte traseira da guitarra ficou toda somente na madeira, o restante do processo é o mesmo, verniz, lixa, verniz lixa, até conseguir tapar todos os poros de ambas as madeiras e ficar firme o suficiente para o polimento e garantir que com o tempo a madeira fique bem segura.

Na foto acima depois das primeiras mãos de verniz. O legal do flamed maple é que ele tem alguns veios mais escuros e mais fundos e outros mais rasos e mais claros o que dá o charme todo da pintura, totalmente realçado após o verniz. É um processo demorado de cura de 24 horas antes do lixamento e mais uma demão de verniz, esse processo é repetido por inúmeras vezes até atingir um ponto perfeito, exige bastante técnica e paciência, qualquer erro é remover tudo de novo e refazer.

Acima fotos da guitarra pronta, mais um trabalho caprichado dando uma nova roupagem pra um instrumento que é fabricado por um dos maiores Luthiers do Brasil, foi uma honra poder ter o meu trabalho em um instrumento desses que foi construído com muita alma, disso eu tenho certeza e do lado de cá também rolou esse sentimento, agora abaixo um vídeo exclusivo de todo o processo dessa trabalho. Diz lá no canal o que achou !

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Série Heartfield by Fender

Comecei recentemente uma série lá no canal do Youtube a fim de mostrar todo o processo ,demorado e bem delicado, da restauração de um instrumento bem bacana que a Heartfield, fabricada pela Fender nos anos 90 para competir com as famosas Ibanez RG, foi uma tiragem bem limitada de guitarras Superstrat da Fender, posso até dizer que são raras, pois até mesmo eu não conhecia e quando a recebi que fui pesquisar e saber sobre, no geral é uma guitarra muito boa, com peças de qualidade e a boa construção da época, o grande detalhe é que são Japonesas, logo, imagine a fineza.

Visualmente é uma guitarra bem bonita, porém está num estado crítico. Ela passou por uma possível tentativa de reforma e alguém fez um péssimo trabalho, qualquer um que olhasse diria que seria impossível restaurá-la porque certamente daria muito trabalho e os custos seriam altíssimo, mas particularmente, é um trabalho que eu amo fazer, adoro desafios e fazer o possível pra deixá-la em estado de nova é bem empolgante. Nisso criei uma série de videos diários mostrando todo o processo de reforma e de certa forma até ensinando também, é bem detalhado!

Como podemos ver nas imagens acima, a guitarra passou por uma tentativa de reforma no qual fizeram o trabalho de tapar as cavidades da ponte Floyd Rose, certamente a pessoa não conseguia manter a regulagem correta, muita gente ao adquirir um instrumento com esse tipo de ponte é necessário saber um mínimo de regulagem do seu próprio instrumento, ou então levá-la ao Luthier com frequência, requer uma cuidado a mais, sempre. Dito isto, taparam as cavidades e transformaram em uma ponte fixa (?), lixaram todo o corpo da guitarra e pintaram de preto, parece até que foi pintada com um pincel ou uma trincha. No lixamento do corpo há muita marca de lixa, provavelmente uma lixa 80 ou granulação bem grossa, durante o processo de lixamento desnivelaram o corpo por completo, deixando-o totalmente disforme, com buracos mesmo, fora partes quebradas e rachaduras por todo o corpo e braço, tudo quase a ponto de ir pro lixo e aproveitar só as peças.

Abaixo segue a saga que está sendo a reforma completa desse instrumento.

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Condor GX50 Tobacco Burst

Edit: Esse post estava na aba de rascunhos, era uma postagem que comecei a escrever em Janeiro.

O Ano de 2021 começou bem por aqui, com todo gás e a todo vapor. Gostaria de agradecer a todos que de certa forma, direta ou indiretamente fizeram essa arte acontecer, foram muitos instrumentos em 2020, todos bem especiais. Separei o mês de Janeiro apenas para entregar as pendencias de 2020, alguns que não foram entregues no último mês por conta de percalços das festividades, fica tudo meio off.

Essa Condor que ficou para os 45 do segundo tempo e ainda rolou um acréscimo na partida e foi entregue agora bem no começo de Janeiro. O Roger me falou dessa guita uns meses antes da gente fechar o trabalho, havia comprado para reformar mesmo; disse-me que o antigo dono tentou pintá-la de vermelho, e o logo do head feito em canetinha, na tentativa de recuperar o original, talvez, entre vários outros detalhes. Resultado, estava uma porcaria total, Roger se dispôs de lixar a guitarra e me entregar, achei que me adiantaria bastante, porém não, ainda foi preciso muito lixamento, pra remover o fundo deixado por ele e preparar o corpo pra um acabamento translúcido. Eu já havia pensado num acabamento que há muito queria fazer, um Tobacco burst, e foi nessa ideia que partimos, ele deixou que eu exercesse minha ideia por livre e espontânea vontade, deu trabalho, mas foi.

A Condor Gx50 tem essa pegada das Fender 70’s, como grande destaque característico, o headstock grande, que particularmente acho um dos mais bonitos já criados, um charme total. O logo foi pintado de canetinha, estava até bem feito, porém não é assim que se faz, além disso tinha uma assinatura que eu não sei de quem possa ser, e nem perguntei ao dono, o passarinho na ponte ainda era o original, ambos foram removidos e colocados ali um novo e original.

O escudo estava um nojo, teve de ser desmontado e limpado peça por peça, e até um knob estava faltando, a parte létrica também apresentava alguns problemas e percebi só ao ser montada.

É até difícil dizer que é a mesma guitarra, do lixo ao luxo. É um trabalho muito delicado e que exigiu muita dedicação e paciência, a pintura foi toda feita com verniz translúcido tingido pra dar esse degrade bem leve, é de extrema importância que não ficasse aquele burst marcado como vemos em alguns instrumentos, mais um trabalho impecável que teve todo seu processo registrado em video e muito bem editado. Quer ver os detalhes ? Aqui embaixo você encontra o meu canal do Youtube e junto dele mais outros videos bem bacanas. Clica aí e curte o processo de restauração de mais um instrumento especial que ganhou vida. No meu instagram você encontra mais fotos dela finalizada. @fabricioluthier



Quer reformar, customizar, dar vida ou cara nova aos seu instrumento ? Entre em contato e solicite seu orçamento, o próximo instrumento a aparecer por aqui pode ser o seu. Até uma próxima!

Giannini StratoSSonic Jazzbass 1980

Pausa na hora do almoço pra escrever aqui, tudo sempre corrido. Estamos próximo do Natal e eu tenho me esforçado bastante para poder entregar o presente de natal dos meus clientes e amigos, hoje venho aqui compartilhar com vocês esse lindo baixo que recebi semana passada. Quem me conhece sabe o quanto sou fã dos instrumentos vintage, em especial os nacionais, como os Giannini, que ao longo de toda sua história aqui no Brasil fez instrumentos de muito bom gosto e classe, como os Stratosonics. Já tive muitas delas, entre guitarras e baixos, visualmente iguais mas diferentes em som, nenhum era igual ao outro, seja da mesma linha ou não, e esse é o grande charme desses instrumentos. Na época não havia um padrão de qualidade, alguns saíram bons e outros ruins, mas num todo únicos.

Esse lindão aqui é um Giannini StratoSSonic com dois S mesmo, construído em medados de 80/90 caminhando para as Southern Cross, que foi o auge da marca. Construídos em Cedro, marfim e jacarandá, tinham um set de madeiras de ótima qualidade, alguns corpos em 2 ou 3 peças e até inteiriço como eu já vi por aqui, e única coisa que perdia era o tensor de ação única e vira e mexe a captação, mas isso vai de cada um.

A princípio seria só uma regulagem e uma checada na parte elétrica, mas nunca é só regulagem, nunca é “só abaixar as cordas” como alguns dizem, esse por exemplo precisava de uma regulagem geral; desde tensor, nivelamento de trastes, ajuste do nut, altura dos carrinhos da ponte, regulagem de oitavas e uma boa limpeza, foi feito também uma blindagem padrão que sempre faço em qualquer regulagem, é sempre o mesmo processo pra deixar com a melhor tocabilidade possível, porém esse tinha coisa a mais e que me deu bastante trabalho.

O captador da ponte estava com um som falho, sem ganho, sem definição alguma e era bem notável quando comparado ao captador do braço, mesmo sendo cerâmico esses captadores tem um som muito bom, por sinal, cerâmicos são meus preferidos. Pensei que poderia ser alguma solda mal feita, já que alguns fios estavam trocados e quando na verdade era pra aumentar ele diminuía e assim o contrário. Isso é fácil de resolver, a elétrica parecia toda original apesar da ligação contrária nos volumes, resolvi, mexi na solda que liga o cap ao potenciômetro e nada. Resolvi tirar o captador.

Para minha surpresa, o captador por baixo estava com o ferrite partido, e descolado. Bingo! resolvido, coloquei-o de volta com dois pingos de cola e fui testar, nada resolvido. Uma coisa que percebi é que os polos não encaixavam corretamente com o ferrite, não estavam planos, mas como isso aconteceu ? uma queda talvez!!! provavelmente caiu de frente fazendo impacto entre captador e o fundo da cavidade, fazendo com que o ferrite partisse, mas imagine que porrada, já que o ferrite é bem resistente.

Removi facilmente o outro pedaço do imã que havia sobrado ali e pra tirar o excesso de cola resolvi utilizar um removedor de tinta; os removedores derretem tudo e ok é loucura, mas deu super certo! É saber utilizar a ferramenta, sempre com todos os cuidados, é claro.

Depois de limpar a base dos polos, aproveitei pra nivela-los com uma lima, bem reta pra não ter nenhum desnível, processo bem delicado este. Fiz isso por que percebi que a corda mais afetada quando tocada era a corda Ré, justamente na altura onde havia partido o ferrite. Nivelei tudo e abri o captador pra ver se não havia mais alguma coisa antes de montar tudo e testar, pra minha novidade uma fiação muito parecida com o enamel porém rosada, bem bonita. Nesse trabalho de monta e desmonta pra testar levei 3 dias consecutivos quebrando a cabeça pra resolver, no fim aproveitei uma barra de ferrite inteira que tinha guardado aqui, o som no final? Ficou animal mesmo, deu toda a vida de volta a esse instrumento incrível que é.

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Customização Ibanez Prestige Blue fade

Entramos em novembro, o final de ano chegou, é logo ali! Novas metas para o próximo ano entrando no papel, tentando elevar o nível e dar próximos passos, coisa boa vem aí! Já em ritmo de término, 2020 foi uma ano muito bagunçado pra mim e para muita gente, rolou e ainda tá rolando bastante trabalho aqui, todo dia, é sempre uma loucura! Entre os muitos trabalhos que rolaram esse ano venho compartilhar mais um com vocês que achei muito bacana, o Refinish de uma Ibanez Prestige, até o momento, o trabalho do ano. Em um lindo Poplar Burl maple, corpo em mogno, braço em maple e escala em jacarandá, eu que não sou muito fã dessas Ibanez, fiquei encantado com todo o capricho. O acabamento era bem fino, quase um open pore e fosco, mais parecia uma seladora, todos os detalhes das peças também, tarraxas que pareciam um marfim, ponte com sistema ZR, faz com que a estabilidade fique perfeita, enfim, segue foto abaixo.


A guitarra é sim muito bonita, mas sempre há como ficar melhor, já fiz trabalhos parecidos mas era louco pra fazer um com esse tipo de top, que na real não era um top. Diversas marcas como a Fender fazem isso, colocam uma lâmina de madeira por cima e faz o acabamento, acho que é bem econômico inclusive, diferente de um top de verdade. Primeiro passo era remover todo o resíduo de verniz para poder fazer o novo acabamento com stain, para quem não sabe é a técnica de tingir diretamente na madeira e depois aplicar o verniz puro, nesse processo tem de se tomar MUITO cuidado pois o lixamento tem de ser bem preciso, alguns “nós” do top acabam saindo, é algo muito fino mesmo, eles não fazem o acabamento na fábrica pensando em um possível refinish depois então já sai ali no ponto. Todo o processo agora você confere em vídeo, clica aí ! Aproveitem e se inscrevam, que sabe seu instrumento aparece por lá.

Segue abaixo algumas fotos do resultado, curtam bastante essa que ficou uma obra prima.


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A Fender que queria ser a Black One, mas não rolou.

Olá! Meus caros, cá estou novamente pra falar sobre um assunto sério sobre guitarras. Não façam relic, não sozinhos e por conta própria. Em todos os casos que vi ao longo dos meus 10 anos trabalhando com guitarras e baixos, as inúmeras tentativas de clientes de fazer relic com seus instrumentos deram errado. Primeiro, a pintura de fabrica sempre é bem grossa. Isso já foi explicado aqui em outro post intitulado Relic também é arte publicado em 2017 no qual falo todos os processos de uma pintura relic, acho que não convém explicá-lo novamente agora, mas é válido chamar a atenção e o por que de não o fazê-lo assim.

Essa é uma Fender mexicana, e seu dono, o João, resolveu fazer um relic. A princípio nada mais é do que desgastar a guitarra para que se pareça um instrumento com bastante estrada, como uma Fender 1954 que que naturalmente sofreu avarias pelo tempo. O verniz da escala desgasta de tanto tocar, o apoio do braço junto com o suor, a fricção do corpo faz com que o verniz nitro manche e desgaste ficando aquele charme, algumas batidinhas pra lá, uns arranhões pra cá, tudo isso é feito com o tempo, se você simplesmente pegar e lixar em qualquer parte é lógico que ficará artificial. Fender que vocês vêem por aí que são tops de linha, feitas em nitro, então parem de estragar assim o instrumento de vocês. Tragam aqui que eu faço direitinho

Essa, por exemplo, é feita em 7 peças coladas e com esse top de maple por cima pra dar aquela disfarçada, depois é aplicado um fundo tão grosso digno de guitarras chinesas dessa que vemos por aqui; um pouco de base poliéster sobra de alguma outra pintura, o preto e por fim verniz por cima, tão grosseiro que foi preciso remover com soprador térmico e formão. Em algumas outras em que já trabalhei, somente com uma granulação de lixa 220 é suficiente. Nessa aqui, rolou muita lixa depois.

Depois de tudo lixado, um pouco de massa pra corrigir as curvas e buracos onde o corpo foi danificado, tudo pra ficar perfeito. Depois a selagem do corpo e tinta apenas, nada de primer, nada de fundo poliéster, nada disso, aqui a pintura é fina como se deve. Madeira precisa ter vibração.

Eis a guitarra pronta, limpa, fina, sem detalhes, manchas sujeiras, bem polida direto na tinta PU sem verniz usando técnicas de um espelhamento automotivo. Todos os instrumentos saem daqui blindados e reguladas, prontos para a ação.

O restante das fotos você encontra no meu instagram onde coloquei também um video exclusivo com takes do processo da reforma dessa guitarra, e abaixo você confere um edit completo de todo o processo de pintura e polimento dessa guitarra. Corre lá, dê um like e se inscreva.

Haverá também mais um edit no qual eu explicarei cada detalhe do processo, dessa vez falando e explicando detalhes e será bem instrutivo. Um preparativo para uma série de vídeos que farão parte de um curso que irei lançar. Corre lá no YouTube e fiquem ligados!

Lembrando, quer pintar, customizar, relicar de maneira correta, reformar e restaurar seus instrumento ? manda um email para um orçamento ou whatsapp para (21) 966410319 sem compromisso nenhum, vamos trocar ideias e falar sobre esse vasto mundo dos instrumentos de cordas que tanto amamos, Chega aí !

Mega refinish Tagima Edu Ardanuy Branco Sparkle Holográfico.

Caros amigos, eu voltei! Estive afastado aqui do blog por um tempo, as coisas como sempre andam muito corridas e no meio disso tudo fiquei sem computador, até tentei escrever uma ou duas vezes pelo cel mas não é a mesma coisa do que sentar na frente de um Desk ou Notebook para escrever, confesso que estou feliz com essa volta. Ao longo desse tempo separei bastante material para isso. Agora são 00:40, acompanhado de um chá e o som das teclas duras como trilha. O post de hoje é bem especial !

Eu poderia usar esse post pra desmerecer o trabalho de alguém e diminui-lo, talvez com isso, para alguns, até me fazer parecer melhor ou mais competente, mas eu não sou assim. Eu não sei quais os motivos que ocorreram pra guitarra ter voltado assim. Eu entendo que cada um na vida passa por momentos difíceis e cada um encara de um jeito, cada uma sabe de si, somos todos vulneráveis. Não cabe a mim julgar o ocorrido, apenas fazer o melhor trabalho que minhas mãos puderem.

Nosso amigo Ricardo Marques, mandou uma guitarra para SP, para as mãos de um luthier bem conhecido (uma empresa na verdade) para uma customização, onde a ideia inicial era até bacana, porém foi muito mal executada.

A guitarra era pra ficar assim, um azul com esse efeito meio marmorizado, que de longe ficou até bonitinha né? Diferente, chamando bastante atenção. Porém quando o Ricardo me mostrou em mãos, logo vimos que tinha muitos, mas muitos defeitos mesmo, alguns que nem ele havia percebido.

Como são bastante imagens, para o post não ficar muito grande, selecionei algumas no slide acima com alguns detalhes da pintura mal feita. Destaco os alguns: Tinta nos captadores, tinta no headstock tentando manter o logo original, uma arma de papel, tinta nas buchas dos pivôs da ponte, parafuso faltando, captador arriado, ponte desnivelada, polimento mal feito, risco de lixa, etc.

A pintura toda foi feita por cima da original e repetido o processo várias e várias vezes, como parecendo que em cada tentativa e erro era jogado uma nova camada por cima. Quando vocês debatem em fóruns sobre se a pintura altera o timbre, nesse caso é certeza ! Utilizamos de várias técnicas para remover tudo, desde removedor, soprador térmico, e lixa, muita lixa, deu bastante trabalho! Quer saber como foi todo o processo desde o começo ? eu preparei um video bem bacana abaixo, com todos os detalhes, no capricho.

Pro acabamento eu sugeri o branco de volta só que com alguns detalhes diferentes, saquei na hora que o Ricardo curte algo mais chamativo, uma coisa mais característica de um estilo mais pesado, sem querer exagerar muito pensei no flake/sparkle holográfico, que deixou tudo mais bonito ainda.

O sparkle branco é bem discreto, dá um tom mais perolado na base branca, mas o efeito todo fica muito mais bonito na luz, seja na luz do dia a dia, quanto nas luzes artificiais das noites, e principalmente a dos palcos. Além de toda a pintura com uma acabamento de boutique, foi feita uma blindagem, nivelamento de trastes, limpeza do hardware e uma regulagem com .010. Ah e lembrando que o escudo, tanto traseiro quando dianteiro são os originais e os captadores também, foram limpados e polidos.

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O que é e o que se tornou a pintura de instrumentos no Brasil.

Hoje pela manhã antes mesmo de iniciar minhas atividades numa rápida olhada pelo Google, parei num fórum de instrumentos onde havia um tópico no qual um rapaz perguntava sobre uma possível pintura de seu instrumento, um contrabaixo, e se o valor cobrado por um tal Luthier era compatível, isso me chamou atenção e parei pra ler todo o conteúdo das respostas e li coisas absurdas, com isso achei que deveria compartilhar com vocês; que serve também para tirar muitas dúvidas a respeito da pintura de instrumentos.

Pintar um instrumento não é nada fácil, muitos pensam que é só jogar uma tinta por cima e está pronto. Antes disso precisa de toda uma preparação para que o resultado final fique perfeito, seja cor sólida ou metalizada/ perolizada, Sparkle, etc. Cada uma precisa de uma atenção diferente, muitos desmerecem um trabalho que simplesmente é uma verdadeira arte, a pintura de instrumentos.

No trecho acima, o print ilustra o que muitos curiosos pensam a respeito da pintura. Sabemos que a madeira precisa ter vibração, sustain, e se não houver cuidado a pintura fica grossa, acabando com boa parte do som do instrumento, muitas frequências não são alcançadas. Pra isso todo cuidado é importante quanto a quantidade de material utilizado. Para tudo, aqui, fotos e vídeos comprovam que o instrumento é lixado até a madeira removendo qualquer resquício de material antigo e feito a nova pintura mais fina com um acabamento mais caprichoso.

Detalhe, existem “Luthiers” conhecidos que terceirizam pinturas em qualquer esquina por preços baixos e que muitas vezes cobram do cliente um valor alto. Por R$150 como no caso acima ele só deve jogar tinta por cima da original, sem polimento e nem nada. Não é só no RJ que acontece isso, mas em vários estados.

Só deve pintar instrumento quem entende do instrumento. Qualquer um que não entenda, quando for lixar, e se lixar, vai com certeza desnivelar o corpo, seja na frente, na parte de trás ou até nas partes mais delicadas como as curvas e o resultado fica uma bela porcaria. Se você quer um serviço de qualidade exija por ele.


Trabalho com luthieria há 10 anos e nesses 10 a parte que mais venho me especializando é a pintura, é algo que gosto e tenho prazer em fazer. É muito mais excitante fazer todo o processo de pintura do que a regulagem em si, que já é bem normal por aqui, já que todos os instrumentos voltam regulados e blindados sem custo algum quando feita a pintura. É um padrão que mantenho.
Nenhum trabalho de pintura num corpo é feito em 8 horas, isso é impossível. A hora de trabalho não é calculada dessa forma, isso é completamente errado. Para lixar um instrumento leva em torno de 24h.
Sim, um dia inteiro, alguns até mais. Há instrumentos chineses que tem uma pintura bem sólida com resina epóxi como fundo, o que é bem trabalhoso para remover. Várias granulações de lixas são usadas até chegar a um ponto perfeito sem resíduos da pintura velha e a madeira totalmente crua e lisa. Depois é aplicada a seladora de fundo, prefiro pois fica mais fina do que um fundo poliéster ou epóxi, aí é que entra a grande diferença de um trabalho de qualidade. A tinta e verniz vem depois, se for cor sólida em PU, é utilizada somente a tinta, pois o polimento é feito diretamente na tinta.


Por esses e outros absurdos que a classe artística e música é dividida. Músicos e luthiers deveriam andar lado a lado, mas muitas das vezes são desvalorizados pelos próprios músicos, os mesmos que reclamam que são desvalorizados por produtores, donos de casas de shows, e tudo o que envolve o meio.
Nenhum instrumento deve ser orçado pela marca, e nem pelo seu valor de mercado, o correto é ele ser orçado pelo trabalho que será feito, pois na mão do Luthier o processo feito em uma Gibson é o mesmo feito em uma Tonante.

No RJ e em outros estados tem centenas de instrumentos que já foram pintados por mim, até hoje eu vejo isso como uma arte. Hoje há pilhas de instrumentos chegando e saindo e não é atoa. Tudo é fruto da dedicação, há fotos e vídeos que comprovam o que digo e mostram a evolução através dos anos. Hoje busco o melhor acabamento possível e ofereço o melhor para meus clientes, desde o verniz e a tinta de qualidade quanto o compressor, pistola, filtro de ar, etc. Há um investimento muito grande pra ser desvalorizado assim, são 10 anos tentando aperfeiçoar o mesmo trabalho. Inclui técnicas de espelhamento automotivo, polimento cristalizado, pinturas de diversos tipos como poliéster (metalizada, perolizada), candy, nitrocelulose, Pu (poliuretano), Sparkle/flake, stain, sunburst, etc. As possibilidades aqui são infinitas. Não acreditem em qualquer coisa que lêem por aí, principalmente em fóruns, onde muitos curiosos gritam achismos aleatórios e transformam isso em falsas verdades para os menos informados. Converse com um profissional e tire todas as dúvidas possíveis com ele antes de qualquer trabalho e para qualquer esclarecimento ou dúvidas estou por aqui no 21 96641 0319 ou pelo f-sousa-barbosa@bol.com.br também pelo Instagram @fabricioluthier ou canal no YouTube onde mostro alguns dos trabalhos com pinturas.

Sunburst !

Corpo guitarra em Alder

 O Sunburst sempre foi um grande desafio pra qualquer um. Nele, existem vários tipos de técnicas para se fazer esse acabamento, desde o stain até o aerógrafo.

processo pintura sunburst

 Alguns mais marcados, outros com o degrade mais suave, preto antes do vermelho, ou vermelho antes do preto, duas cores, três cores e até quatro podem ser utilizadas;

Processo pintura Sunburst

Tinta fosca e verniz com brilho, ou tudo com brilho deixando os tons mais acentuados, tudo é técnica e requer muito estudo.

Processo pintura sunburst

 Não é algo que se aprende da noite pro dia, eu por exemplo levei anos pra chegar nesse resultado desde o meu primeiro sunburst, e continuo me esforçando a cada dia para melhorar.

pintura sunburst

Tudo é feito à mão! Desde o lixamento da tinta anterior, o lixamento da madeira na preparação do corpo a pintura e o polimento final que foi feito com as lixas 1500, 2000 e 2500 e levou um dia inteiro lixando e mais 1 hora nas 3 etapas da politriz.

Polimento de guitarra

O segredo do resultado é amar muito o que se faz, e o amor é a chave de tudo. Dessa técnica eu domino.

pintura sunburst

Qual a importância da regulagem?

Fender telecoustic 
Muito se fala em pintura aqui mas hoje venho falar sobre outro assunto que é de extrema importância, a regulagem. Quando compramos um instrumento é quase uma regra levá-lo ao Luthier. Instrumentos viajam o mundo todo até chegar as lojas, na maioria das vezes mal passam por alguma inspeção antes de serem expostos em suas vitrines. O músico compra e usa do jeito que vem, na sorte mesmo. Outro caso é que ao longo do tempo é normal desregular; os trastes desgastam, o tensor afrouxa, trastes descolam, oitavas desafinam, tensão alta, sujeira nos trastes, entre outras coisas, o músico deve levar seu instrumento no Luthier regularmente. Há casos de músicos tocarem em instrumentos desconfortáveis a vida inteira porque nunca o levou para uma regulagem e quando o pega de volta o sente outro instrumento.


Foi o caso desse Fender Telecoustic da grande Nise Palhares, um instrumento lindo e muito bem construído mas bem mal cuidado, os trastes desnivelados, regulado com .011, cordas altas, escala suja, para mim estava intocável. Eu até entendo que na correria do dia a dia o instrumentos vá ficando assim com a rotina de shows e ensaios.
A Nise o trouxe para resolver um problema no pré fishman, assim que peguei já senti as cordas bem altas, vi que ali precisava mesmo de uma boa regulagem. Haveriam dois shows no dia e eu precisava ser preciso.


Pré resolvido, estava com um problema no aterramento que vira e mexe mutava o som e tambem fazia com que a bateria acabasse rápido.  Infelizmente o microfone interno e o captador single do braço estavam desligados e somente o captador da boca do violão estava em funcionamento, muito bom por sinal.


Os trastes são uma das partes mais importantes do instrumento para que se tenha uma boa tocabilidade é de extrema importância que todos estejam nivelados na mesma altura, pois só assim conseguimos manter o braço reto com o ajuste do tensor, consequentemente as cordas baixas e confortáveis sem trastejar. Depois de nivelados com uma lima reta são arredondados com a lima de trastes e depois polidos, escala é limpa e hidratada com óleo próprio pra isso.


Existe uma maneira correta de se colocar as cordas, sempre pensando na facilidade da troca durante um show por exemplo, não se pode dar nó, ou embolar um monte de cordas como na primeira foto no começo do post. Aqui nesse caso, menos é mais. No meu canal do YouTube tem um vídeo explicando como coloco as cordas de maneira correta.



Foto do pré instalado de volta no lugar e dessa vez funcionando corretamente.


Todo instrumento precisa de carinho, de cuidado, se transformam em outros instrumentos. É importante estar com a regulagem em dia, evita muitas dores de cabeça futuras e você consegue extrair o melhor que o instrumento pode te oferecer. Cuidem de seus instrumentos amiguinhos !

Gibson na Madeira!

 De uns anos pra cá peguei algumas dezenas de Gibson, em sua maioria as Les Paul. Como grande fã das stratos, no começo relutei, talvez não tivesse tocado o suficiente, conforme elas foram aparecendo por aqui desenvolvi uma certa paixão e respeito pelas mesmas, principalmente depois de “despi-las”. Ter o prazer de dissecá-las e poder olhar todos os detalhes no seu íntimo é uma experiencia sem igual, nessa a gente sabe porque a Gibson é a Gibson.

 

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 Essa guitarra pertence ao Luiz, um cara bem bacana que eu tive o prazer de conhecer.Ele me trouxe essa guitarra para um refinish depois de conversarmos bastante pra decidir qual seria o melhor acabamento. Foi decidido que ficaríamos com o natural satin, deixando toda a beleza da madeira à mostra. Abaixo um registro de todo o processo documentado em video:

 

 

A Gibson é uma guitarra fabulosa em tudo, desde a escolha das madeiras, a construção, elétrica e o acabamento. O refinish feito por mim foi respeitando o acabamento original da Gibson, toda em nitrocelulose bem fina com os poros da madeira aparecendo e sem polimento, como vemos na maioria dos modelos da Les Paul, por exemplo as standart

 

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 Guitarra pronta, o top está mais claro do que na foto. Esse foi mais um trabalho que gostei bastante de fazer e ficamos bastante satisfeito com o resultado final, era bem isso o que o Luiz queria. O trabalho foi feito dentro de uma semana. 

 

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 O acabamento acetinado dá todo um charme para o instrumento. Nada de muito brilho igual o PU (poliuretano).

 

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A parte de trás ficou bem bonita! O mogno com os poros aparecendo é outro charme característico da Gibson. 

 

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 Tudo feito com capricho, cuidado e mantendo os padrões. lembrando que o nitro é um verniz bastante frágil e com o tempo ele afina e amarela e fica muito mais bonito com o tempo, o relic natural é quase inevitável. 

Quer fazer uma customização desse nível ? Entra em contato comigo pelo whatsapp  (21) 96641 0319. Tirem suas dúvidas, mandem seus trabalhos ou até pra conversar sobre música mesmo, aqui é um espaço para todos!

Headstock quebrou, e agora?

Quando um instrumento acidentalmente quebra automaticamente bate aquele desespero, o que fazer agora ? Calma, tudo é possível!

A gente primeiro pensa que vai perder uma grana grande para mandar arrumar e muitas vezes cai na besteira de tentar resolver sozinho, procura diversos tutoriais na internet e decide fazer sozinho. Você talvez nesse exato momento tenha parado aqui procurando como dar um jeito no seu instrumento. Então calma, tentarei ser o mais esclarecedor possível e ajudar a encontrar uma solução.

Conserto de headstock

Tem gente que quando encosta o instrumento em qualquer canto até sente a dor no coração, quem dirá deixá-lo cair e consequentemente quebra-lo. É de doer na alma. Instrumentos possuem história, alma, estrada… possuem afeto mesmo que seja aquele que vive jogado no canto. Baratos ou não todos valem a pena.

Conserto de Headstock

Se você veio parar aqui prcurando uma solução para consertar seu instrumento, olhe a foto acima e veja que não vale a pena tentar qualquer coisa, não ficará bom. Isso é trabalho pra quem é profissional. Qualquer tentativa irá se tornar gambiarra e sujeira.

Conserto de Headstock quebrado

Um Luthier estuda e se aperfeiçoa ao longo dos anos para fazer um trabalho limpo e com capricho, a questão da demora depende de cada um, do tipo de serviço, instrumentos ns fila, etc. Ter os materiais necessários não significa saber fazer ou melhor saber o que está fazendo. O trabalho de restauração está muito além de um simples conserto, é simplesmente arte.

Quebrei meu headstock

Nas fotos acima vemos alguns dos milhares de casos de que a falta de informação e desespero pode ocasionar. Tentar fazer sem saber o que está fazendo nunca foi a melhor da opções. É melhor mandar para quem sabe, o resultado final dependerá do profissional. O valor aqui é cobrado pelo serviço independente do valor do instrumento, esse é o certo e o justo. Vejo outros Luthiers comentando sobre o valor do trabalho não poder ser maior do que o valor do instrumento. Não é certo cobrar o trabalho de acordo com o valor do instrumento. Cada caso é um caso e o instrumento deve ser analisado com calma.

Quebrei o headstock

O instrumento acima teve a mão quebrada talvez por uma queda, não conversei com o dono. Ele tentando resolver fez toda essa gambiarra que vimos nas fotos acima. Desfiz tudo, tirei os parafusos, limpei os encaixes, coloquei cola e deixei na prensa.

Colar headstock

Depois de colado, bastante lixa, muita paciência, muito pó de madeira, e muito capricho o braço ficou assim. Optei por lixar o braço inteiro pois fica mais fácil na hora do verniz. O restante do corpo foi isolado. Já deu outro visual né? Depois disso foi só isolar os frisos, tingir o braço e dar verniz. Parece simples, mas não é. Um dia eu mostro em vídeo como faço esse tipo de trabalho.

Conserto de Headstock

Eis que toda a mágica acontece. Somente com o tingidor sagrado e verniz. O braço foi pintado no mesmo tom original. Me esforço o máximo sempre para manter a originalidade do instrumento.

Verniz headstock

Todo o processo é manual, inclusive o polimento foi feito todo na mão. A área do braço é bem difícil de se usar a politriz, então, tudo na mão. O resultado é impecável.

O restante do instrumento estava todo sujo e foi feito uma limpeza e polimento manual para não ficar diferente do braço.

Você pode até procurar mas não vai ver nenhum detalhe de marcas de colagem ou algum buraco dos parafusos que foram colocados anteriormente pelo dono. Impecável.

Como consertar o headstock

Considerações finais. Vale sempre consertar seu instrumento com um profissional. Nunca faça ou deixem que faça de qualquer jeito. Luthieria é além de tudo uma arte e deve ser respeitada.

Precisa recuperar um instrumento seu? Manda um email f-sousa-barbosa@bol.com.br ou whatsapp: 021 96641 0319.

Conserto de Headstock vale a pena ?

Por anos um dos serviços que mais peguei foi o restauro de headstock. Um dos trabalhos que mais gosto de fazer, dar vida ao que já havia se perdido. Esse trabalho foi por muito tempo um dos mais procurados, e é até hoje. Em maioria instrumentos baratos onde as madeiras usadas são de qualidade baixa e as colagens mal feitas.

Esse violão, um Ashland ( by crafter) quebrou justamente numa queda. Não precisa ser de fato uma queda forte, pois a tensão da corda varia mais ou menos entre 50 a 60 kg dependendo do calibre das cordas. E para não empenar existe o tensor, uma barra de ferro regulável que existe dentro do braço do violão. É tensão pra tudo quanto é lado. Numa queda acidental, além da quebra da parte mais frágil que é o headstock, trastes mal colocados também sofrem por conta da ação no tensor. O que além da colagem deve ser feito também uma checagem e um possível nivelamento dos trastes.

 

Ou seja o trabalho de restauração é completo, não é só colar. É feita a colagem com uma cola específica, própria para esse tipo de trabalho, jamais usar qualquer cola de madeira vendida por ai. Cola PVA ou aquelas amarelas nem pensar.

 

Após a colagem é feito um todo lixamento do braço tomando todo um cuidado para não desnivelado nem um canto ou afinar demais o braço.

 

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O processo de lixamento correto garante 80% do acabamento. No slide acima lixada até 120, posteriormente até a granulação 400. A sequência certa também garante que a peça não fique com marcas de lixa.

 

Outro desafio também é deixar o braço tonalidade idêntica. Existe um processo de fabrica que não seguimos por aqui, os materiais também são diferentes, então usamos opções alternativas muitas vezes, mesmo assim o resultado fica perfeito. No caso do braço foi somente betume e verniz.

 

Como disse no início, foi preciso também um nivelamento de trastes, um novo ajuste nas medidas do nut e regulagem do tensor, também um pequeno polimento em todo o corpo do instrumento. Foi regulado também com encordoamento .010

 

Gibson Relic Old Black Custom

Wesley Moura é um cara que acompanha meu trabalho a anos e depois de um tempo resolveu fazer esse trabalho comigo e outrora já havia mandado mensagem, mas era num outro projeto, em outro instrumento, cerca de uns 2 anos atrás. Entrou em contato falando sobre uma Gibson Les Paul Studio 1986 que havia adquirido e queria fazer um refinish. O instrumento em si era certamente uma guitarra com muita história e precisava de um trato especial.

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A dúvida inicial era sobre a decisão em ser o Goldtop tradicional das Gibson ou simplesmente o Preto, ambas em nitrocelulose. Pediu também que houvesse alguns relics que conservasse a característica de um instrumento antigo e de muita estrada. Decidimos então pelo preto, inspirado pela Les Paul Old Black de Neil Young.

Quando recebi a Gibson eu pirei na hora, era uma guitarra que já havia rodado o mundo, passado por outros donos e como todo instrumento com uma boa estrada, tinha todas as marcas possíveis de um verdadeiro vintage.

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Inclusive se fosse minha eu jamais mexeria nela, e a deixaria como estava. Um antigo dono removeu a pintura original e passou seladora e um verniz nitro apenas, também manteve a parte traseira do head com a tinta original, para não perder o número de série.

 

O lance todo era transformar todo o instrumento sem mexer na parte da frente do head que já tinha lá todo seu charme com verniz trincado, amarelado, e até desbotado com o tempo. Alguns detalhes que eu não consegui captar pelas fotos.

 

A parte bacana das Gibson é que as pinturas em nitro são bem finas, dando para raspar e depois somente lixar, já essa, como foi repintada antes por algum curioso o resultado foi esse. Um verniz tão grosso que quase saiu inteiro.

 

Depois de todo o trabalho pra remover a seladora e o verniz antigo, é hora da lixa! Detalhe do top em Maple com algumas manchas de suor que penetraram na madeira com o tempo.

 

Existem coisas que só na hora de lixar a gente percebe, eu por exemplo me animo bastante quando vejo a madeira por baixo. Eis aí um mogno da melhor qualidade!
O lixamento é a mina parte favorita.

 

Depois de toda uma pintura comum em nitro é hora de relicar! O detalhe requer algumas técnicas que fui desenvolvendo com o tempo e posso afirmar que é um trabalho mais difícil do que deixar o instrumento novo. A começar pela pintura mais fina possível, algum desgaste aqui, outro ali, em pontos específicos de um relic e depois só assistir a natureza fazendo o seu trabalho. O nitro é um verniz que seca por evaporação e ele na verdade está “sempre secando” e com isso afinando até ficar uma casca bem fina. Também pode craquelar com o tempo. Tudo isso dá um charme total quando começa a aparecer as fibras e os veios da madeira. Infelizmente não consegui por fotos captar toda a essência e detalhes dessa pintura e desse instrumento, porém posso afirmar tranquilamente que quem ver essa guitarra em mãos vai achar que os desgastes são originais dos anos. Espero vê-la em breve, quem sabe daqui a um ano, estará muito mais bonita.

 

Junto com a pintura foi instalado um Seymour 59 na ponte e feita uma blindagem, regulagem e encordoamento novo.

 

Quer saber como foi o processo da pintura? Clica aí no vídeo e se inscreva no canal! Todas as pinturas saem daqui com fotos detalhadas de todo o processo pra você acompanhar durante e depois no final ainda ganha um vídeo!

 

Instalação ponte Kahler

Cá estão um dos meus modelos preferidos de guitarra, a clássica Mustang, traga pelo grande figura, Rafael Alt, que antes já havia deixado uma outra Mustang aqui para pintura em Preto Cadillac, que vocês encontram nessa postagem 

 

Fender Mustang

Rafael, como ele mesmo me disse, sempre gostou de customizar tudo e tirar tudo do padrão original das coisas, desde suas guitarras até seus tênis, e com essas duas não seria diferente. Depois de alguns anos retornou a me procurar falando que havia algumas ideias para suas novas Mustangs, a ideia inicial seria trocar os braços, escudos, e colocar uma ponte kahler que comprou da Rússia, a peça principal e um grande desafio.

 

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instalar uma ponte nova com medidas diferentes, é sempre um trabalho bastante delicado, visto que alguns milímetros fora do lugar pode colocar tudo a perder e a guitarra não pegar mais uma afinação precisa. É algo pra ser milimetricamente perfeito.

 

ponte kahler

A ponte que veio com manual de instalação de 6 páginas e um gabarito para o espaço a ser aberto com a tupia, infelizmente menor do que eu esperava.

 

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Hora do trabalho sujo, medida pra lá, marcação pra cá, lápis, fita, e em algumas horas a cavidade foi aberta, depois de muita sujeira ficou tudo limpo. Pouparei vocês das imagens de dor e sofrimento.

 

ponte kahler
Rafael me pediu para fazer o trabalho de trocar os escudos também, pelas opções da elétrica que a outra oferecia, porém com as medidas diferentes, também tive de abrir as cavidadas no corpo para a elétrica entrar certinha, e o resultado final foi essa maravilhosa guitarra.

 

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Ponte Kahler instalada e regulada, não desafinou por nada, é uma das melhores, se não, a melhor ponte de mundo. Tem nos saddles um roller que facilita muito a estabilidade na hora de usar a alavanca e a micro afinação deixando o instrumento mais preciso.

 

Squier Mustang

Quer reformar, pintar, customizar, relicar, construir, projetar, etc, aqui você pode tudo! mande um email na sessão Fale comigo.  ou via whatsapp pelo 21 96641 0319. Aguado vocês, até a próxima !

Pintura Fender Jaguar Sunburst

Guitarras, guitarras e mais guitarras! O Ano de 2018 tá acabando e o que mais teve por aqui foram guitarras, uma mais foda que outra! Entre das muitas que entraram e saíram, algumas mais bacanas eu faço questão de registrar, e quando dá!

 

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Essa Fender Jaguar chegou aqui para uma transformação daquelas ! A mesma já havia sido pintada antes na cor surfgreen e dessa vez passaria a ser surburst 3 tone daqueles bem clássicos. O dono do instrumento toca numa banda tributo ao Nirvana e queria algo mais próximo da original usada pelo Kurt Cobain, logo é um trabalho bem especial, pelo instrumento que é, pelo o que representa e principalmente pela cor, que é uma pintura bem delicada de se fazer e requer muita precisão na técnica. Porém, é um trabalho demorado mas que eu fiz questão de registra-lo todo em video! E a partir de janeiro, todas as pinturas serão registradas em video e foto durante todo o processo e depois.

Acompanhe todo o processo abaixo:

 

Sunburst todo feito em tinta e verniz PU, aplicado tudo de uma vez no mesmo dia.  Secagem e polimento no outro dia. Segue abaixo umas fotos do instrumento pronto.

 

Fender jaguar sunburst

O vermelho ficou bem sutil, em algumas o vermelho pega quase até o meio do corpo, eu particularmente acho esse burst mais sutil e também mais bonito, pois não fica tão marcado como em alguns instrumentos.

 

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Queria agradecer publicamente a minha namorada que me ajudou bastante na edição das fotos e o video, pois estou sem PC em casa. Te amo Bárbara !

Fender Southern cross

Ta aí uma guitarra que eu considero especial. Fabricada no Brasil nos anos 90 pela Giannini e licenciada pela Fender num lote de 5 mil guitarras, essa série com madeiras brasileiras faz parte da história de duas grandes marcas de instrumentos no Brasil e no mundo.   Essa guitarra me foi entregue pelo Rodrigo junto com algumas outras de sua coleção. Inclusive a maior coleção de guitarras que já vi!

 

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A guitarra infelizmente foi “relicada” numa tentativa frustrada de uma “Black One”, com muitas, mas muitas falhas nos processo, a começar por ser uma pintura em Poliuretano (PU) onde a camada de tinta é mais grossa e resistente e o relic é pra parecer que foi desgastada com o tempo e não lixada de qualquer forma.

 

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Outro detalhe também é que rasparam o logo onde aparecia a escrita “Made in Brazil”, talvez o antigo dono queria que ela se passasse por alguma outra que não fosse a BR, uma pena, são tão boas quanto. O logo foi refeito e aplicado um novo verniz por cima.

 

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Li em uma entrevista com o Assale no qual ele falava sobre essas guitarras e que tinha gente da Fender que vinha fazer a inspeção das mesmas fabricadas aqui, tinha um controle de qualidade na Giannini nos anos 90!

 

pintura de guitarra

Talvez uma das partes mais prazerosas no processo da repintura é o lixamento. É bonito de ver um instrumento bem lixado e no capricho. Nessa etapa as lixas são muitas, já que o acabamento é direto na madeira, e qualquer marca de lixa iria aparecer assim que o verniz fosse aplicado, e mais ainda depois que polido.

 

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Quando perguntado sobre o acabamento que pretendia na Southern Cross o Rodrigo falou que poderia ser  “especialidade da casa” ou seja, madeira totalmente lixada, tingida e somente o verniz aplicado por cima. Na foto acima o corpo tingido e pronto pra ir para a pintura.

 

  Corpo pronto depois do polimento. Todas as pinturas saem daqui já com blindagem com tinta condutiva, sem nenhum custo adicional.

 

Fender Southern Cross

   Fender Southern Cross montada, regulada, blindada e pronta pra tocar.

 

Fender Southern Cross

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Superstrat Custom

A arte da luteria é uma arte regada por sonhos, onde cada instrumento conta uma história, um sonho que envolve milhares de sentimentos; amor, paixão, orgulho, admiração, fidelidade…Se tornam uma extensão do nosso corpo e através deles são compostas músicas vindas do fundo da alma (ou não). E na na luteria você tem a opção de cuidar de seu instrumento e personaliza-lo da forma que quiser, para que se tornem únicos, mais do que já são. Mesmo fabricados em série, um instrumento nunca é igual a outro.

Leandro foi mais um sonhador que trouxe essa belezinha pra eu poder fazer mais uma etapa do seu sonho se realizar. Ele fez sua própria guitarra no seu apartamento sozinho, num capricho espetacular que vale ser destacado. Tudo veio muito bem feito, praticamente impecável, só precisei fazer o acabamento.

 

O corpo em cedro puro e totalmente maciço, uma peça bem bonita e bem escolhida com um braço em wengue. Uma madeira de veios bem definidos e incrivelmente bonita. Pediu para que eu fizesse o acabamento do corpo em yellowburst transparente, e o braço somente na seladora com os poros abertos.

 

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     As curvas e o shape ficaram incríveis

 

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  detalhes

 

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Uma guitarra dessa precisava de uma pintura fina e de bom gosto, pediu também que fosse um Burst com um degradê mais aberto, suave e não marcado, como nas guitarras vintage.

 

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Tudo foi feito com total capricho pois sei que se tratava de um projeto bem especial que demorou meses para que chegasse a esse ponto que me foi entregue. Nada mais justo do que eu entregar como me pediu, ou como ele mesmo disse, até melhor !

 

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 Já a parte da montagem e regulagem geral ficou por conta dele.

 

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Essas últimas fotos foram enviadas pelo mesmo depois do instrumento pronto. Sinceramente, ficou uma coisa linda demais, parabéns pelo projeto Leandro !

 

 

Reforma Snake 70’s

Minha paixão por guitarras sempre foi muito nítida, principalmente por instrumentos vintage, esses sim roubam totalmente meu coração. Em particular prefiro os nacionais, que nos anos 70 a 90 fizeram coisas muito preciosas e desvalorizadas por nós mesmo. Desde amps, pianos, órgãos, violões, guitarras, baixos, entre outros…pra época, em que tudo aqui era difícil (ainda é), construíram verdadeiras obras-primas.
A Snake, uma das principais marcas de instrumentos nacionais dessa época, é objeto de desejo pra muitos músicos e colecionadores até hoje. Segundo alguns, era a melhor marca, eu prefiro a Giannini.

DSCN1800  Essa chegou até a mim por que o dono que havia comprado a guitarra na adolescência, queria reforma-lá mantendo os padrões originais, o que é uma tarefa um pouco difíicil mas um desafio gostoso de fazer.

 

Toda a guitarra estava desmontando, os friso soltos, algumas batidas bem fundas no tampo e nas laterais. Sobre o tampo e o fundo havia uma folha de madeira bem fina e que estava também descolando, o que foi bem chato de refazer. Para muitos era só jogar no lixo. Mas tudo aqui tem jeito !

 

DSCN2791 Depois de muita lixa, cola, mais lixa, massa, fundo e lixa ficou assim, pronta para pintura. Uma espécie de rosa poliéster com um tom meio rosado, quase um vinho. E após pesquisar não encontrei nenhuma cor como referência, resolvi fazer no olho mesmo.

 

DSCN3427.JPG A cor que escolhi pra isso foi um Rosso Bougainvillea e apliquei como fundo para conseguir a base rosada e depois com um poliéster avermelhado de baixa cobertura tentar acertar a tonalidade original.

 

DSCN4708   A ideia casou muito bem, não foi feita igual a original, porém ficou até melhor! O tom muito próximo, levando em consideração que a pintura anterior em nitro, estava totalmente desbotada, fosca mesmo, e nessa usei o verniz PU o que realçou bem mais a cor. Na foto acima ainda sem o polimento, durante as demãos de verniz.

 

DSCN4757  Este foi o resultado final, tentando manter as cores originais, com um pouquinho de brilho, mas ficou bem próximo.

 

 

Quer construir, pintar, reformar, personalizar seu instrumento ? Aqui as possibilidades são infinitas, você manda e nós fazemos.

 

Relic também é arte.

Muita gente no mundo das cordas é apaixonado pelos vintage. Instrumentos dos anos 50, 60, 70 e até 80 são bastante cobiçados por aí, principalmente por alguns serem raridades e outros pelo visual, além é claro da questão sonora, a secagem da madeira durante os anos faz com que o som gradativamente melhore. E o mais perto que conseguimos chegar desses instrumentos vintage é através do relic, mas o que é o relic ?
O relic consiste em desgastar o instrumento em pontos específicos, geralmente onde tem mais contato com o corpo do músico, batidas acidentais, marcas da correia, etc.

 

O relic jamais deve ser feito com o Pu e mesmo com o nitro, deve se tomar alguns cuidados, e não é somente maltratar o baixo e desgastar a pintura de forma desenfreada. Há grande nomes no mundos das cordas que são especialistas em relic, como pro exemplo o grande John Cruz, Masterbuilt da Fender Custom Shop, em que seus trabalhos valem verdadeiras fortunas. Há todo um processo no relic, e como visto acima não foi respeitado. O instrumento já havia tido uma tentativa de relic, com nitro inclusive, porém com camadas muito grossas e desgastes um pouquinho além do ponto.

 

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O corpo havia muitas batidas e marcas, algumas bem fundas. O corpo foi muito mal lixado anteriormente e estava totalmente desnivelado, torto mesmo. Tive muito trabalho com lixas pra deixar tudo certinho, além de ter que aplicar muita massa e finalizar com um fundo epóxi que é bem resistente e cria uma camada bem grossa, suficiente pra lixar e dar forma a um instrumento novo.

 

 

Tive que fazer uma pintura nova, deixando o baixo zerado ! E a cor fiesta red ficou tão bonita que deu pena de jogar o branco por cima para fazer o relic, era só polir e montar. Depois da pintura ainda tem o verniz nitro que amarela com o tempo, mas tenho minhas técnicas pra ele amarelar em 1 dia, além de todos os pontos específicos de desgaste pra deixar tudo como um verdadeiro vintage

 

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O baixo, um Giannini Stratosonic construído em meados dos anos 70/80 tem uma tocabilidade incrível, tive um anos 90 e foi o meu preferido em muitos dos baixos que já passaram pelas minhas mãos, entre instrumentos caros e baratos. Contou também com a elétrica de um EMG Hz Set com blend e captadores Bartolini. Ficou uma verdadeira máquina. Moderno no som com visual vintage !

 

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O relic, o vintage, o velho, é fetiche pra muita gente, questão de gosto, eu sei, mas é impossível não se apaixonar por um instrumento desses.  Um relic bem feito sem parecer artificial. Relic é Arte.

Reforma cavaco do Souto/ Bandolim de Ouro

Geralmente a maioria dos instrumentos que passam por aqui são guitarras, mas não, não trabalho somente com guitarras. Alguns Luthiers têm por preferência alguns tipos de instrumentos, há os que preferem somente os acústicos e outros os sólidos, já uns preferem baixo e outros guitarra e assim vai, mas acho que o Luthier que se preze procura se desenvolver em todas as áreas encarando todo tipo de desafio. A Luthieria é a mais pura arte e a evolução dentro da mesma é necessário.

 


Na imagem acima temos um Do Souto / Ao Bandolim de Ouro, que segundo o dono tem uns 20, ou mais, anos de existência e realmente parece bem antigo. Os instrumentos mais recentes feitos na fábrica, ainda ativa, são assinados e com datas nos selos e em algumas pates internas dos instrumento, porém esse não tem data somente assinatura de um antigo funcionário.
O instrumento infelizmente sofreu bastante com o tempo; descolou em algumas partes, outras foram realmente quebradas com quedas acidentais, o desgaste natural de um instrumento de estrada, como o desgaste da palheta, bem visível em uma das imagens. O pior de tudo é quando acontece algo com o instrumento e o dono no desespero tenta reparar o defeito, terminando assim deixando-o pior do que já estava. O mais trabalhoso foi a remoção da cola, acreditem, é um trabalho bem minucioso.

 

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Além de ter que remover toda a cola velha, e colar tudo que era necessário novamente, tivemos que remover todo o verniz  já bem gasto e escuro, feito com um material de péssima qualidade onde deixava tudo preto na tentativa de imitar um jacarandá e que na época pode até ter sido vendido como um.  Na lixa é onde todo o segredo aparece, cedro puro.

 

DSCN4794 Na foto ele aparece já parcialmente lixado e numa tonalidade bem bonita das madeiras utilizadas, Cedro, imbuia, tampo em cedro e escala do que parece ser um ébano ou alguma outra madeira tingida. Os instrumentos até são bem construídos, mas há ainda muitas falhas, digo isso por que acompanhei de perto como esses instrumentos são construídos.

 

DSCN4857  Agora sim um acabamento bonito, limpo e com brilho como um instrumento com história merece. Detalhe para o cedro que agora sim parece um jacarandá. Com seus poucos veios destacados num acabamento bem translúcido.

 

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A arte de restaurar um instrumento que estava a ponto de ir ao lixo é algo que me fascina sempre, ver o objeto pronto e a felicidade do dono é algo muito satisfatório e que me faz querer sempre oferecer o melhor. Cavaco envernizado e sem marcas nenhuma.

 

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Novo, bonito, com um acabamento melhor do que de fábrica, verniz fininho e bem resistente, dando todo o brilho e charme da foto. Pronto pra durar mais umas décadas.

Fender Mustang

Entre um café e outro é a hora que consigo ter tempo pra postar aqui, normalmente os dias têm sido bem corridos, mas estou sempre tentando registrar a maioria dos trabalhos para postar aqui, lembrando que não são todos que vem pra cá. Tento sempre selecionar os melhores como essa Fender Mustang Lindíssima que o Viktor nos trouxe. O cara toca numa banda cover de Nirvana e como bom fã quis transformar a dele pra deixar mais próxima possível do seu ídolo, Kurt Cobain.

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A guitarra certamente é bem especial, a começar pelo modelo incomum, a ponte que é uma delícia e principalmente os controles das chaves, no qual se resumem em Volume/Ganho, Tone, e seleção de série/paralelo ou fora de fase. Introduzida em 1964 como linha estudante, composto pela Musicmaster e Duo-Sonic. Produzida até 1982 e re-introduzida nos anos 90, ganhou status de cult graças ao seu uso por Kurt Cobain do Nirvana. Tem o maior valor colecionável entre as guitarras de escala curta da Fender.

 

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O que mais me chamou atenção além dos detalhes do corpo e configuração da elétrica é o braço de escala curta entre 22,5 ou 24 polegadas, mais curto que numa Stratocaster. O raio da escala de 7.25″ (184.1 mm), de longe o meu preferido. Só faltava o shape em soft V, o que torna a pegada incrível. É lógico que isso é questão de gosto e varia de acordo com o que você toca. Quem gosta de Ibanez, que o raio vai de 12″ a 18″, certamente vai estanhar.

 

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Agora chega de falar e mãos à obra. Uma das partes mais legais é essa, acreditem ! Por sorte essa foi fácil de remover, parecia nitrocelulose só que bem acabado, diferente das Gibson tribute por exemplo.

 

Fender Mustang

Foto da guitarra já pronta que saiu daqui blindada e regulada direto pro embarque para um show em SP em grande estilo e  novo visual !